Com ingressos disponíveis para compra na bilheteria até o final da noite, o
The Pretty Reckless apresentou-se ontem, dia cinco de agosto, no Circo Voador. Eu e Jack, minha amiga, chegamos no local por volta das quatro da tarde, e a fila parecia ter sido formada há muitas horas, visto que muitos fãs já se encontravam por lá, acomodados no chão úmido e envoltos por capas de chuva transparentes: havia chovido bastante minutos antes. Se você estivesse lá e resolvesse se embriagar enquanto aguardasse pelo início do show, poderia pensar que Taylor Momsen houvesse decidido trocar energia com os fãs, tal era o número de meninas vestidas em uma tentativa de se parecerem com a vocalista da banda, ainda que seus corpos não combinassem com meias 7/8 e suas peles não fossem razoáveis para cabelos platinados. Excluindo esse detalhe, havia um bom número de gente bonita, muito
dip dye hair e jaquetas de couro compondo looks elegantérrimos - sem mencionar a quantidade de papais e mamães super fofos acompanhando suas filhas até a entrada.
Entre uma cerveja e outra, algumas fotos e muito amendoim, os portões foram abertos com vinte minutos de atraso e foi humanamente impossível alcançar a grade em minha pequenez hereditária. Optei por me posicionar na lateral do palco, em um degrau que eu nomeara meu favorito em outras visitas ao Circo Voador, e aguardei impacientemente pelo término das músicas que se repetiam nas caixas de som para embalar o público, que começava a se despir por tanta ansiedade. Acho nunca vi tantos sutiãs e umbigos na minha vida, e não estou feliz por isso. Durante pouco mais de uma hora, observei roadies testando instrumentos e holofotes de luz, colando o setlist diante de onde Taylor Momsen se posicionaria e repassando informações misteriosas para o restante da equipe, e foi apenas depois de toda essa espera que as luzes se apagaram e banda entrou, embalando os fãs com
Hit Me Like a Man.
Taylor Momsen comprovou a impressão que sempre tive sobre ela, mostrando-se extremamente simpática e buscando animar o público a todo instante, seja através de palavras proferidas em português, como "Di nôvu" e "Obrigado", ou com seu famoso rebolado e ameaças de levantar a camiseta, que, neste show, era do Sepultura, o que conquistou meu coração para sempre, entretanto ela não ouviu o coro que entoava "Show your boobs" e manteve seus seios escondidos a noite inteira. Antes de iniciarem
Goin' Down, canção que costuma fazer a vocalista convidar duas meninas ao palco, o público feminino gritou a plenos pulmões, todavia nenhuma garota teve seus desejos atendidos e a banda permaneceu solitária lá no alto.
Adotando o mesmo setlist das demais apresentações desta turnê e deixando de tocar a música
Under the Water, fazendo o pedido dos fãs ser novamente ignorado, o The Pretty Reckless apresentou um show extremamente curto, cuja duração foi de somente uma hora, deixando a impressão de que a banda possuía algum outro compromisso naquela mesma noite. Senti falta de solos individuais dos músicos, conversas mais longas entre Taylor Momsen e público e de uma decoração específica no palco, que não teve nenhum banner como background indicando o nome da banda, algo que costuma existir em concertos não-amadores.
No fim das contas, fiquei feliz por ter visto a Taylor Momsen de perto e por adicionar essa recordação em meu cérebro, mesmo que minhas expectativas tenham sido maiores quando comparadas ao show apresentado. Eu nunca havia assistido a uma apresentação de uma banda famosa com vocais femininos e me alegro ao pensar que o The Pretty Reckless tenha sido a primeira. Sem dúvidas, valeu a pena.
Agora, confiram o restante das fotos:
E você, foi a algum dos shows do The Pretty Reckless?